*Conteúdo gratuito:
Eram tempos ancestrais, os céus e os astros ditavam o ritmo da vida na Terra, e quase todo discurso era feito de lendas e tradições – algumas perduram até os dias de hoje. Também dura o mês de Setembro.
O nono mês do ano tem camadas de significado que se escondem por trás de seu nome e de sua posição no calendário.
O Calendário Romano e a Importância de Setembro
Nos primórdios da civilização romana, o calendário era um instrumento vital, regendo não apenas a passagem dos dias, mas também os ritmos sagrados da agricultura, das celebrações e da própria organização social. E no centro desse intrincado sistema de medição do tempo, encontrava-se o mês de setembro, ocupando um lugar de destaque.
Originalmente, o calendário romano contava com dez meses, sendo setembro o sétimo na ordem. Seu nome, derivado do latim “septem”, refletia sua posição como o sétimo mês do ano. Mas essa posição não era mera coincidência – setembro carregava consigo uma importância simbólica e prática fundamental para a sociedade romana.
À medida que o ano avançava, setembro marcava a chegada da colheita e um período de abundância. Os campos dourados, repletos de grãos maduros, eram celebrados com festivais e rituais que fortaleciam os laços comunitários. Além disso, setembro era visto como um momento de transição, quando a natureza se preparava para a dormência do inverno. Essa mudança sazonal inspirava reflexões sobre a impermanência da vida e a necessidade de se adaptar às transformações.
O mês de setembro não era apenas uma marcação no calendário – ele era um elo vital entre o ritmo da Terra e o ritmo da sociedade romana, um ponto de encontro entre o sagrado e o laico.
A Transição para o Calendário Gregoriano
Ao longo dos séculos, o calendário romano evoluiu, passando por diversas modificações e adaptações. Uma das mais significativas foi a transição do calendário juliano para o calendário gregoriano, implementada pelo Papa Gregório XIII em 1582.
Essa mudança teve um impacto profundo no mês de setembro. Anteriormente, o calendário juliano contava com 365 dias, com um ano bissexto a cada quatro anos. No entanto, essa estrutura não estava perfeitamente sincronizada com o ano solar, causando uma discrepância gradual entre o calendário e as estações.
Para corrigir esse problema, o Papa Gregório ordenou que dez dias fossem “perdidos” no mês de outubro. Assim, o dia 5 de outubro se tornou 15 de outubro, realinhando o calendário com o equinócio de outono. Essa decisão, embora controversa na época, acabou por consolidar a posição de setembro como o nono mês do ano, alinhado com os ritmos naturais.
A evolução do nome “setembro” também reflete essa transição. Enquanto o nome original em latim, “September”, significa “sétimo mês”, a adoção do calendário gregoriano fez com que o termo passasse a significar “nono mês”.
A conexão entre setembro e o número sete vai além do calendário. Como tudo o que é ancestral na cultura da humanidade, também setembro carrega simbologia. Na mitologia de diversas culturas o número sete é considerado sagrado, representando a completude, a harmonia e a conexão com o divino. Essa associação faz com que algumas religiões atribuam a setembro uma aura de mistério e espiritualidade, como se o nono mês do ano fosse um portal para dimensões mais profundas da existência.
Mas, seu nome se assemelha a termos em outras línguas, como o grego “Septemvrios” e o francês “Septembre”. Essa universalidade reforça a ideia de que conceitos e nomes são fenômenos que transcendem fronteiras.
Que setembro se estenda no tempo… trazendo flores aos nossos dias.

Deixe um comentário