Eu quero falar. O meu ato linguístico necessita de explicações e justificativas, com exemplos e arguições. Porque não sou descrito. Minha regra me expõe e eu devo ser estudado do princípio ao fim. Já que a linguagem é a propriedade que o homem tem para exprimir seu pensamento, eu sou a expressão do juízo de quem me professou – ao menos, eu tento. Eu me sinto criatura divida em três: na fala de alguém que me grita; na mímica dos que me copiam e naquilo que escrevo.
A palavra é a partícula que compõe minha linguagem. Enquanto a locução exprime o que penso, o idioma que inventei agora cria um conjunto de palavras comuns a multidão que há em mim. Sou todo um povo por dentro, solitário por fora.

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